ARTE: ARQUITETA CAROLINA LIMA

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sábado, 5 de setembro de 2009

OPINIÃO DE IVAN MARTINS - REVISTA ÉPOCA


Com algum atraso, eu descobri a pornografia.
Aconteceu três ou quatro semanas atrás, por causa do trabalho. Publicamos uma nota sobre a nova diva do cine pornô e eu – movido pela fama da moça – fui ver na internet o que ela fazia.
Não me recuperei até agora.
Além dos desenhos do Carlos Zéfiro na adolescência e dos vídeos eróticos que passam nos canais de cabo, eu não tinha tido contato real com a indústria moderna de estimular a libido.
Pornografia, para mim, era A vida sexual de Catherine M., da escritora francesa Catherine Millet, ou Partículas elementares, de Michel Houllebecq. Bons livros para se ler em voz alta para a namorada.
Há também um filme espanhol, As idades de Lulu, do diretor Bigas Lunas, que se encaixa na minha definição antiquada e quase romântica de pornografia.
Imaginem meu choque ao descobrir o pornô gonzo.
Nessa categoria de filme, criada recentemente, quase não há roteiro. Uma voz sôfrega fora da cena fala com a atriz por dois ou três minutos, preparando o clima, e logo a coisa começa. E a coisa é pesada.
As pessoas simplesmente fazem sexo, em suas várias formas, da maneira mais direta, mais brutal e mais perversa possível, diante de uma câmera que registra (e grava sons) muito de perto, com precisão e amor pelo detalhe, mas sem qualquer pretensão artística.

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