ARTE: ARQUITETA CAROLINA LIMA

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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA


O CARNAVAL DE BRAGUINHA DE MARECHAL
O MULHERENGO
Braguinha descobriu o sexo, ainda jovem, nas areias da praia do Francês, na época, ainda desconhecida por turistas. Nasceu e criou-se em Taperaguá, bucólico bairro da cidade de Marechal Deodoro, onde tudo começou no Estado das Alagoas. Seu pai foi morar em Maceió, Braguinha já era um jovem atlético, usava bigodinho a Clark Glable, cabelo preto bem penteado, tipo galã anos 70. As mulheres se jogavam para o Braguinha, felicidade, o que ele mais gosta na vida é mulher; seu maior divertimento, sua distração, sua conversa, gira sempre em nome dessas seis letras, mulher.

A VIÚVA
Solteiro por convicção, fez amizade com um deputado, foi convidado a assessorá-lo, logo arranjou emprego na Secretaria de Educação, ainda hoje funcionário. Ele ama o trabalho, ótimo local para investidas nas funcionárias e professoras. Certa vez uma viúva, parente de um senador, foi trabalhar no seu setor. Ele ficou encantado com a jovem viúva, ela se trancava em vestidos pretos ou cinzas, fechados como a vida dela, dizia que havia se acabado para o mundo depois da morte de Virgílio. Jamais casaria, jamais outro homem, trabalhava apenas para seu sustento. Não tinha filhos, o defunto era maninho. Braguinha ficou alucinado pela mulher, vivia fantasiando o que havia por baixo daquelas saias compridas, quando chegava perto dela o sangue fervia. Ela era simpática ao Braguinha, mas sempre fechada, não permitia um sorriso, nem durante as brincadeiras dos colegas. Certa vez Braguinha atendendo a um pedido do patrão, o deputado, ficou trabalhando até tarde. Ao sair encontrou-se no corredor com Ritinha, a viúva, ao ultrapassá-la, encostou seu braço no braço da colega, ela fechou os olhos, foi aí que percebeu, a viúva queria ver o ovo. Estavam sozinhos no corredor, ele voltou-se, deu um beijo na testa, ela não agüentou abraçou-o, deu a boca, quase transam no corredor da Secretaria. Saíram apressados para o carro do Braguinha, fizeram amor na praia da Cruz das Almas. A partir desse dia, toda noite Braguinha visitava a viúva na Rua das Verduras. Era o fuxico, a distração da vizinhança. Logo após o amante entrar em casa, ouviam-se os urros da viúva; ela não havia experimentado tanta competência na cama enquanto o marido foi vivo. Esses urros foram tão constantes e altos. Certa vez, um dos vizinhos foi queixar-se na Secretaria de Educação, ao próprio Secretário. No outro dia pediu moderação ao amigo.

CASAMENTO
Braguinha casou-se com mais de 40 anos; abriu o jogo com a esposa, toda quinta-feira sai com os amigos, é a noite dos casados. Joana, complacente, sabe que seu homem é um tremendo mulherengo, boêmio e carnavalesco. Outra paixão de Braguinha é o carnaval, gosta de sair sozinho atrás de um bloco, cantando, dançando e paquerando todas as mulheres possíveis. Ama sair nos blocos de sua bela cidade, Marechal Deodoro, onde ainda existe carnaval animado em todos os bairros e povoados, com muitos blocos, frevo no pé. Ele sente maior orgulho em ser deodorense, gosta de ser chamado Braguinha de Marechal.

CARNAVAL
Ano passado, perto do carnaval, ele se enrabichou por uma turista, 34 aninhos, enxuta, hospedada na Praia do Francês. Ficou de namoro durante a temporada. O carnaval ela havia programado para Recife e Olinda, convidou nosso herói para passarem o carnaval juntos. Braguinha gostou da proposta, pensou bastante, tinha muita vontade de conhecer o carnaval olindense. Arquitetou um plano, uma história para a esposa: “Joana, você não vai acreditar, eu ouvi um pastor, acho que vou virar crente, estou muito comovido com a religião. Fui convidado a passar o carnaval num retiro, meditando, sem poder levar celular, lá em Paripueira”. Joana ao ouvir ficou enternecida, será que o marido ia se transformar? Não perdeu a oportunidade, deu maior apoio. Sábado de Zé Pereira, às 6 da manhã, Braguinha saiu de casa com mala arrumada pela esposa. Em vez de rumar para Paripueira, tocou o carro para praia do Francês, pegou a paulista, partiram para o Recife. Hospedados numa pousada fizeram 4 dias de carnaval e lua-de-mel. Na quarta-feira de cinzas chegou cansado, dormiu a quinta-feira toda. Justificou-se à Joana, houve muito exercício, muita corrida durante o retiro.
Semana passada encontrei-me com Braguinha, perguntei se ia passar novamente o carnaval no Recife; ele sorriu e respondeu. “Esse ano vou brincar todos os dias em minha Marechal. Começo na sexta no Bloco Azulão de Calça Curta; no domingo e terça nos Burrinhos da Massagueira; termino na terça no Siri Mole, o bloco do Ovídio.”
Mulher, cerveja e carnaval, tão pouco, fazem a felicidade de Braguinha de Marechal.

Um comentário:

Cleber disse...

CARLITO MAIS UMA CRÔNICA QUE SAI DE SUA IMAGINAÇÃO FERTIL, ESTA SOBRE O CARNAVAL.FELIZ CARNAVAL PARA VC E OS SEUS FAMILIARES.