ARTE: ARQUITETA CAROLINA LIMA

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quarta-feira, 16 de junho de 2010

HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA


AS COPAS QUE ASSISTI (Final)
1970 – No México
O Brasil formou uma das maiores equipes da história do futebol mundial. Capitão do Exército, 30 anos, recém casado, eu comprei uma pequena televisão para assistir a Copa, primeira vez transmitida pela TV em preto e branco. Final Brasil 4 x Itália 1. Maior carnaval na Avenida da Paz em Maceió.
1974- Na Alemanha Ocidental
O Muro da Vergonha ainda dividia a Alemanha. Prefeito de Barra de São Miguel, 34 anos, assisti aos jogos na televisão colorida em frente à praia, Brasil sem Pelé ganhou pela primeira vez da Argentina em Copa do Mundo. Pela primeira vez também um filho, Ademir da Guia era titular da seleção como seu pai, Domingos da Guia, foi em 1938. Mas havia uma pedra no caminho do Brasil, o carrossel holandês, A Holanda era comparada à Hungria de 1954. Final, mais uma vez a Alemanha ganhou do bicho papão da Copa.
1978 – Na Argentina
38 anos, já coroa, engenheiro da Construtora Mundaú de Odilon de Souza Leão em Maceió, eu torcia pelo meu ex-colega Capitão Coutinho que armou uma forte equipe do Brasil, não perdemos uma partida, entretanto, para ir à final a Argentina teria de ganhar de 4 x 0 do Peru, o goleiro Quiroga (argentino naturalizado peruano) levou 6 x 0. A Argentina disputou a final com a excelente Holanda, não havia jeito. Argentina campeã. Estávamos na era Zico enquanto o Brasil passou 24 anos sem ganhar um campeonato.
1982- Na Espanha
Nessa altura, com meus 42 anos montei uma empresa de loteamento e construção civil, enquanto o Telê montou um das melhores seleções que eu vi jogar. Juntou Sócrates, Zico, Júnior, Falcão, Edinho, Éder, Cerezzo, Reinado. Foram classificados quatro grupos de três equipes. Os vencedores seriam semifinalistas. O Brasil ganhou de 3 x1 da Aregentina, mas perdeu da Itália, 3 x 2 (bastava o empate). Choramos e bebemos na Rua Morou Bebeu, praia de Riacho Doce na casa do Suruca.
1986 – No México
A Colômbia abriu, a copa foi realizada novamente no México. Na época, 46 anos, eu participava da equipe de campanha para governador de Guilherme Palmeira, assistimos à Copa perambulando pelo interior. Final deu Fernando Collor governador e Argentina campeã. O Brasil foi desclassificado por pênaltis pela França. Zico havia perdido um pênalti em tempo normal restava chorar.
1990- Na Itália
Completava 40 anos de copa e 50 aninhos de vida, torci bastante na final pela Alemanha contra a Argentina, ainda bem que sabíamos, estava acabando a era Zico, o maior pé frio de Copa do Mundo.
1994 – Nos Estados Unidos
Assisti na casa de amigos, cada jogo uma emoção em casa de diferentes. Final do jogo Brasil 1 x 0 Estados Unidos o uísque havia subido com facilidade, terminei fazendo xixi no jardim da casa, ainda hoje morro de vergonha da mulher do amigo. Brasil voltou a ser campeão, nos pênaltis. Vibrei por meu filho, nascido em 1971, nunca havia tido essa bela emoção, campeão mundial.
1998 – Na França
Organizamos uma torcida num edifício, cada qual levava comida e bebida feito gente educada. Aquela Copa era da França, estava escrito, ninguém tirava. Ronaldo amarelou, houve fatos inexplicáveis com a escalação. Final França 3 x 0 Brasil. Zidane mostrou porque reinou, porque foi o melhor jogador do mundo.
2002- No Japão e Coréia do Sul
O Brasil armou um ótimo time, ganhamos todas as partidas. O gol de falta de Ronaldinho Gaúcho contra a Inglaterra entortou o pescoço do goleirão. Levamos mais uma vez o caneco. Brasil Pentacampeão.
2006 – Na Alemanha
Ficamos no meio do caminho, falta de pulso do técnico Parreira, os jogadores antigos tinham as posições como se fossem propriedades particulares. O mascarado do Roberto Carlos na hora do córner foi amarrar as chuteiras, Henry se deslocou e fez França 1 x 0 Brasil. Voltamos para casa.
2010 – Na África do Sul
Aos 70 anos, de uniforme amarelo, bandeirinha numa mão, na outra um uísque, e, no coração a saudade das seleções de 1958, 1970 e 1982, difícil outras iguais. Resta torcer, olhar essas belas mulheres fantasiadas de Brasil. A Copa mostra que o mundo quer paz, amor e fraternidade, e não as guerras incentivadas pela indústria bélica e a brutal intolerância dos donos do mundo.

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