ARTE: ARQUITETA CAROLINA LIMA

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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

DEU NO JORNAL DA BESTA FUBANA -www.luizberto.com

UMA ÍNDIA

marinasilva1

(Republico como uma declaração de voto e de amor à honestidade simples e à inteligência disponível)

Eu queria, juro que queria ver isso. O desmantelo. A limpeza desse pau de galinheiro cheio de merda e fedor de titica em que foi transformado os poderes executivo e legislativo do Brasil. Porque galinheiro que se preza é assim: a merda é feita lá em cima, pelas cloacas sem penas de todos os rabos presos politiqueiros, mas cai aqui embaixo, inundando a raia miúda do resto da comilança desenfreada e da galinhagem sem limites desse Brasilzão podre.

Nessa minha ficção atordoada eu imagino que um povo inteiro tenha tomado vergonha na cara. E tenha se chamado aos brios, com uma vontade única e nunca vista por esta imensidão de Pátria. hoje Pátria desalmada para as necessidades dos seus filhos. Hoje Pátria mal amada por um conluio de comandantes, já cegos pelo brilho ofuscante do poder.

Eu imagino esse mesmo povo fazendo dos seus votos, a arma pacífica da sua própria libertação. Caminhando quase que em ordem unida, marchando aos acordes do hino Nacional Brasileiro, em altos brados retumbantes dentro de suas próprias consciências.

Calados. Introvertidos. Concentrados como a infantaria nos fronts de guerra. Cada um com sua vingança prestes a ser consumada.

Como arma, a escolha, o sufrágio. Um punhal de lâmina fria e afiada a ser cravado no peito do gingantismo que se transformou a desobediência, a falsidade, a desonestidade e o desrespeito dos que afrontam a dignidade e esculhambam a probidade e a honra.

Tão poderosa arma, que fará desabar no chão - na desarticulação do tombo inesperado - os que se imaginam acima do bem e do mal, mas que de uma hora para outra, podem virar massa humana disforme, exalando seus apodrecimentos nos cemitérios das inutilidades públicas, localizados nas próprios fossas onde passaram todas as suas vidas.

E surgirá uma índia, vinda das sombras da floresta amazônica. E a índia surgirá impávida como Bruce Lee. Um heroína do bem, que opta pela preservação e não pelo desabamento. Uma paladina da justiça que descerá numa estrela cadente, colorida e brilhante, e não de outra decadente e rubra de vergonha.

Uma lutadora de velocidade estonteante, que mesmo na rudeza de sua criação, trará honestidade , hoje mais necessária que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias.

E tomara que venha com a indignação própria dos humilhados. E levante sua bandeira bem alto e a partir dela comece o desmontar da indústria da roubalheira, hoje repleta de instrumentação precisa e de segredos guardados a sete chaves. E chafurde o merdeiro da Petrobrás. E levante a caixa preta dos mensalões. E exponha a público a vergonha dos gastos desenfreados que compram consciências e posturas, sob o título de implantação do socialismo que hoje desmoralizaria os lapidares que o criaram.

E na pecha sem tamanho de ver tais safadezas expostas ao mundo, todos guardaríamos esses criminosos em prisões fétidas, afastados de uma sociedade que só quer paz, trabalho e justiça.

E aquilo que nesse momento se revelará ao povo, surpreenderá a todos, não por ser exótico, mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto, quando terá sido óbvio.

E eu quero essa índia lá. Deus há de querer essa índia lá. E com ela um novo Brasil. Um Brasil que me orgulhe. Que me faça sentir filho e não um pária cuja honestidade lhe seja descabida. Um Brasil que me honre. Um Brasil que reconheça que acima da vontade de qualquer pessoa, existe o direito de todos, na ordem e no progresso. E nunca na desordem e no retrocesso.

Pelo menos sonhar ainda é possível.

Um comentário:

Cicero Cavalcanti disse...

Obrigado pela força Carlito.