quarta-feira, 19 de agosto de 2009
POESIA DE ASCENSO FERREIRA
TREM DE ALAGOAS
O sino bate, o condutor apita o apito,
Solta o trem de ferro um grito, põe-se logo a caminhar…
— Vou danado pra Catende, vou danado pra Catende, vou danado pra Catende com vontade de chegar...
Mergulham mocambos, nos mangues molhados, moleques, mulatos, vêm vê-lo passar. — Adeus! — Adeus!Mangueiras, coqueiros, cajueiros em flor, cajueiros com frutos já bons de chupar...
— Adeus morena do cabelo cacheado! Mangabas maduras, mamões amarelos, mamões amarelos, que amostram molengosas mamas macias pra a gente mamar
— Vou danado pra Catende, vou danado pra Catende, vou danado pra Catende com vontade de chegar...
Na boca da mata há furnas incríveis que em coisas terríveisnos fazem pensar: — Ali dorme o Pai-da-Mata! — Ali é a casa das caiporas!
— Vou danado pra Catende, vou danado pra Catende, vou danado pra Catende com vontade de chegar...
Meu Deus! Já deixamos a praia tão longe…
No entanto avistamos bem perto outro mar...
Danou-se! Se move, se arqueia, faz onda...
Que nada! É um partido já bom de cortar...
— Vou danado pra Catende, vou danado pra Catende, vou danado pra Catende com vontade de chegar...
Cana caiana, cana roxa, cana fita, cada qual a mais bonita, todas boas de chupar... — Adeus morena do cabelo cacheado! — Ali dorme o Pai-da-Mata! — Ali é a casa das caiporas!
— Vou danado pra Catende, vou danado pra Catende, vou danado pra Catende, com vontade de chegar...
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Um comentário:
Para cada regresso uma pausa para cara cada pausa uma volta..Abraços e visita meu blog que para mim será uma honra..abraços
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