Quando não posso contemplar teu rosto,
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
NERUDA
Os teus pés
Quando não posso contemplar teu rosto,
contemplo os teus pés.
Teus pés de osso arqueado,
teus pequenos pés duros.
Eu sei que te sustenta
que teu doce peso sobre eles se ergue.
Tua cintura e teus seios,
a duplicada purpurados teus mamilos,
a caixa dos teus olhos
que há pouco levantaram voo,
a larga boca de fruta,
tua rubra cabeleira,
pequena torre minha.
Mas se amo os teus pés
é só porque andaram
sobre a terra e sobre
o vento e sobre a água,
até me encontrarem.
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