ARTE: ARQUITETA CAROLINA LIMA

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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA


SOLIDARIEDADE
Oswaldo é do tipo atlético, alto, forte. Mesmo aos sessenta anos continua um cara bonito. Sempre foi xodó das meninas desde a juventude. Casou-se com trinta anos formando um bonito casal. Sua esposa é uma bela mulher de tradicional família. Cristina só tem um defeito, ciúme doentio, conhecido e comentado pelos amigos.
Certo dia Oswaldo encontrou-se no elevador de um hotel com uma linda criatura de cabelos louros. Encarou seus olhos verdes reluzentes, rosto arredondado, bochechas rosadas, idade aparente entre 25 e 30 anos. Suas coxas cheias de pêlos dourados apareciam levemente nas brechas do saiote de praia azul. Ele, enquanto puxava conversa, admirava, analisava os pequenos, belos detalhes anatômicos daquela abençoada criatura. Chamava-se Karla, morava em Ribeirão Preto, aeromoça da TAM. Estava passando oito dias de férias em Maceió. Era a primeira vez que ele via uma aeromoça ao vivo, em terra. O sangue correu mais quente em suas veias, deu-lhe um entusiasmo juvenil. Depois de um bom papo na piscina do hotel, Oswaldo a convidou para um passeio. Eram 13 horas quando ele desligou o celular, e entrou num motel com a bela. Na suíte presidencial se amaram ardentemente.
A gostosa tarde de amor rumava tranqüila, quando, de repente, tocou o interfone. O gerente informava que uma senhora dizendo-se esposa de Oswaldo tentou entrar no motel, ele não havia deixado. A senhora continuava do lado de fora dentro de um Corolla prateado estacionado, esperando na saída. Oswaldo perdeu a graça e o tesão. Tinha a certeza que era Cristina pelos antecedentes e pelo carro.
Aconteceu que uma senhora invejosa, despeitada, viu quando Oswaldo entrava no motel com a moça. Sabendo do doentio ciúme da esposa, telefonou anonimamente, contando detalhes para Cristina, maldade humana.
Karla, a linda paulista que não sabia, nem perguntou se Oswaldo era casado, ficou aborrecida, chateada, queria sair sem ser vista, sem escândalo. Ele pediu calma, disse que não adiantava se desesperar, precisava apenas tempo para dar uma solução.
Depois de pensar concentrado, Oswaldo ligou para o gerente, arquitetaram uma saída. Um desconhecido do apartamento ao lado, cheio de solidariedade e entusiástica conivência, topou ajudar, enfrentar a parada.
O honrado e jovem vizinho e sua companheira, uma garota de programa, entraram no Honda-fit de Oswaldo, saíram do motel. Quando o carro passava pelo portão, Cristina se precipitou na frente. Nesse momento ela se assustou ao perceber outra pessoa na direção. Ficou pasma, sem palavras. Até que conseguiu falar, aquele carro era de seu marido.
O rapaz com toda paciência, tentou esclarecer a situação, disse se chamar Roberto, era do Recife, trabalhava com o Dr. Tavares. Na hora do almoço pediu emprestado o carro de Oswaldo para visitar uns amigos enquanto os advogados almoçavam e conversavam. Mas na verdade ele tinha vindo para o motel com a “namorada”. Cristina ficou envergonhada com a mancada. Apavorada, arrependida, logo chegou a uma conclusão: era melhor não falar com Oswaldo sobre aquele incidente. Cristina pediu encarecidamente ao jovem, nosso herói, jamais revelar ao marido o que tinha acontecido no motel. O jovem prometeu, ela não se preocupasse, palavra de escoteiro, deu a partida no carro, foi-se com sua rapariga. Depois trocou o Honda-fit com Oswaldo no local combinado com muitos abraços e juras de eterna amizade.
À noite, quando o marido chegou cansado em casa, foi recebido com carinho, afago e meiguice por sua doce mulher. Ao deitar-se, ainda sob o impacto da adrenalina, fez amor com sua carinhosa e apaixonada esposa. Dormiu feito um menino. Sonhou que estava voando num avião no meio das nuvens, sendo servido de champanhe por uma bonita aeromoça, loura e nua.

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