ARTE: ARQUITETA CAROLINA LIMA

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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA


DEVANEIOS DE FIM DE ANO

Shakespeare, o grande poeta e pensador inglês certo dia escreveu: “Há quem diga que todas as
noites são de sonhos, mas há também quem diga, nem todas, só as de verão. Entretanto, no fundo, isso não tem muita importância, o que interessa mesmo não são as noites em si, são os sonhos, sonhos que o homem sempre sonhou, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.”
Com direito a lembranças e devaneios, aproveito essa penúltima e bela noite do ano para pensar na vida e na morte, com direito a alguns sonhos que o tempo não corroeu: um mundo mais justo, um homem mais generoso e que o amor sempre triunfe.
2009 que se acabou tão rápido, particularmente me foi bom. Lancei três livros, ganhei prêmios; com muita honra recebi a Comenda Ledo Ivo pelas mãos do próprio poeta na Assembleia Legislativa; a Câmara de Vereadores de Maceió outorgou-me a Comenda Graciliano Ramos; participei, dei palestras em várias cidades do Brasil; escrevi 52 duas crônicas dominicais, mantive no ar diariamente o Blog do Carlito Lima, organizei o 5º Prêmio Espia elegendo os notáveis da cultura alagoana durante o ano; tive a honra de ser convidado pelo Prefeito Cristiano Matheus para o cargo de Secretário de Cultura da bela e histórica cidade de Marechal Deodoro. Enfim foi um bom ano. 2009 só não devia ter levado Dona Maria, coisa mais sem graça; ficamos órfãos de sua escrita, do seu bom humor, das histórias dos engenhos de açúcar, histórias de sua vida cheia de alegria. No entanto, minha madrinha, como eu a chamava, deixou o melhor livro de receita já escrito no país, orgulho da cultura gastronômica nordestina: Delícias da Cozinha Alagoana das Irmãs Rocha. Até mais Dona Maria, um abraço no povo do céu, onde a senhora deve estar.
São lembranças do ano que passa. Nessa noite de verão, de ano novo, torno a sonhar com minha terra mais limpa, meu sonho sonhado de tantos anos, o saneamento do Riacho Salgadinho, a despoluição da praia da Avenida da Paz, onde aprendi a andar nas areia dura, molhada, onde aprendi a nadar no mar azul esverdeado de água morna e transparente que nem uma pedra de gelo. A praia da Avenida foi infância, juventude de várias gerações, hoje respeitáveis sessentões. Meu sonho não é difícil, nem espantoso, antes de morrer, quero apenas mergulhar no mar da Avenida, nadar suavemente, singrando a água salgada qual cisne branco em noite de lua, de repente me ver acompanhado por botos mergulhando a meu lado, brincando, alegres como crianças. Quero apenas nadar com os botos de minha infância.
Sonhar é preciso, viver não é preciso, mas como viver sem sonhar? Tenho sonhos programados. Em 2010 no final de fevereiro vou lançar meus livros em Portugal, com muita honra estarei autografando em terras portuguesas, tomando um bom vinho, com certeza. Muitos projetos, mais três livros a serem lançados: “Histórias do Velho Capita”, com minhas crônicas semanais; “O Carcereiro de Arraes”, contando histórias que não foram contadas em 1964; “As 70 Melhores Histórias”, uma coletânea de 70 histórias escolhidas por sete mulheres, entre as 489 escritas, para comemorar meus 70 anos.
No calendário do ano, em abril, está prevista a 1ª Festa Literária de Marechal Deodoro, no modelo Paraty. Será preciso muito trabalho para realizar esses sonhos planejados.
Enfim, desejo que muitas coisas boas aconteçam nesse ano da graça de 2010. Lembrando a Copa do Mundo na África, que o Brasil traga a faixa de campeão, se possível em cima da hermana Argentina. É ano de eleição, que bom seria uma renovação total dos quadros políticos.
O ano passará rápido, o tempo é inexorável, nosso momento de vida é curto, não vale a pena sentimentos de pequenez humana, como o orgulho, a ambição, a inveja. Meu sonho verdadeiro para toda humanidade, meu desejo, para todos os povos, é que haja mais amor e menos ódio, mais carinho, mais sexo e menos violência, mais pão e menos bombas. O mundo moderno foi massificado pela propaganda, pela televisão, impondo modismo efêmero e compulsivo, esse consumismo é invenção da ganância, só interessa a quem tem os olhos nos grandes lucros.
Como sonhador incorrigível, nesse ano novo, para resolver os maiores problemas da humanidade, quero que ela se encha, se emprenhe, apenas duas virtudes humanas: Justiça e Generosidade. Que os corações se abram, os abraços e as pernas também, que todos tenham um belo 2010.

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