ARTE: ARQUITETA CAROLINA LIMA

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segunda-feira, 8 de março de 2010

HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA

Praia do Gunga
FIM DE SEMANA EM AZUL
A VIAGEM - Pedro, beirando 60 anos, leva uma vida sem muitas preocupações, bom arquiteto, tem excelente clientela. Além de tudo, sua doce esposa, Bethânia, é uma competente advogada, vivem bem, se respeitam, 30 anos de casado. Novembro do ano passado, Bethânia foi visitar a filha em São Paulo. Pedro não pode acompanhá-la, ficou só, em sua bela casa no Jardim Petrópolis.
O AMIGO - Na sexta-feira, terminado o dia exaustivo de trabalho, Pedro foi convidado pelo amigo Trajano, para uma volta na noitada. Na casa de dança Buganvília encontraram algumas turistas, conversaram, sentaram à mesa. Trajano foi dançar. Pedro junto a uma bela morena, cabelos pretos feitos uma graúna, estava sem saber que falar, desacostumou-se às cantadas, ela o convidou para dançar. Grudados, deslizaram lentamente os pés ao som de uma bela música americana. Dançaram e conversaram muito. Às quatro da manhã elas pediram para deixá-las no Hotel. Marcaram às 11 da manhã do outro dia um passeio maravilhoso.
O CAFÉ DA MANHÃ - No sábado, Pedro acordou-se perto das nove horas. Tomou um belo café, foi à farmácia do Cícero, seu amigo, comprar preventivo para o fígado, sabia que ia beber. Pedro contou da noitada, ia se encontrar com a morena naquela bela manhã. Cícero insinuou que um viagra era bom nessas ocasiões. Pedro topou, inadvertidamente tomou uma pílula azul e foi à luta. Ao chegar no hotel seus beiços formigavam. Os amigos estavam em uma mesa tomando um belo café. De repente, Pedro ao ver o corpo de Marluce numa tanga azul, deu-lhe uma taquicardia, seu coração disparou, rosto formigando, lábios coçando. A morena percebeu alguma coisa ofereceu-se: “Seus olhos estão vermelhos! Quer colírio?” Ela levantou-se para buscar colírio. Pedro fez questão de acompanhá-la até o apartamento. Assim que entraram no elevador, sozinhos, ele alisou seus sedosos cabelos, puxou-a e beijou-lhe. Meio assustada Marluce aceitou, o beijo subiu ao oitavo andar. O que aconteceu naquela hora, dentro do apartamento, é segredo para quatro paredes.
O PASSEIO - Já era mais de 12 horas quando Trajano interfonou. O amigo Caio estava esperando, pronto com a escuna-catamarã na Barra de São Miguel para o passeio. Marluce desceu, cantarolando, felicidade explícita e invejável no rosto, e um sorriso maroto para os amigos. As mulheres de Brasília ficaram encantadas, Caio navegou entre mares e rios, passando por pequenas ilhas cheias de coqueiros, aportou na belíssima Praia do Gunga, os convidados desceram para um banho de mar. Apesar da água cristalina, transparente, Pedro e Marluce discretamente agarrados e distanciados, amaram-se dentro d’água, naquele mar, naquele paraíso, sem que ninguém percebesse. Ao entardecer retornaram ao hotel. Pedro não precisou preencher a ficha de hóspedes, passou a noite amando, literalmente, poucos foram os momentos de descanso.
O FIM DO FIM DE SEMANA - O que era doce acabou-se. No domingo Marluce pegava o avião às 14 horas para Brasília. As onze os dois rumaram para o aeroporto. Ao passar pelo Tabuleiro, Pedro deu uma entrada à direita, houve a última e rápida despedida no Motel Eldorado. Marluce, antes de pegar o avião, quando colegas de excursão lhe perguntaram o que mais tinha gostado em Maceió, na bucha respondeu: dos alagoanos! Pedro ficou no aeroporto, esperando a esposa, chegou às 17 horas. Com a consciência doendo pelo inesperado fim de semana, pela traição, ele pediu para nunca mais deixá-lo sozinho, deu-lhe tanto carinho, ela pensou ser saudade, ficou comovida. Pedro agora é um homem mais apaixonado que nunca, sabe que ama sua mulher, a única, teve certeza depois de 30 anos, depois do inolvidável fim de semana da pílula azul.

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