DEU NO BLOG DO ÊNIO LINS

Em Alagoas o destacamento avançado da CPI da Pedofilia agendou bastante trabalho para esses dias. Problema de proporções internacionais e cada vez mais preocupante, parece aumentar sua periculosidade através das facilidades ofertadas pelas novas tecnologias, pelo esgarçamento dos tecidos sociais e pela permissividade contemporânea. Mas é uma tragédia velhíssima, tão antiga quanto os mais ancestrais registros das histórias do ser humano.

Efebos e ninfas têm uma presença ainda mais antiga que os mitos gregos, romanos e orientais. Compreender a gigantesca dimensão desse problema é essencial para se ter a correta noção do problema nos dias em curso. Uma vez dimensionada, essa deformidade passará a ser enfrentada mais adequadamente através de políticas públicas de maior fôlego associadas às indispensáveis iniciativas policiais e judiciais sobre cada caso específico.
O mundo moderno, bem antes da internet, já havia turbinado essa tragédia milenar, o que pode ser comprovado nas páginas de Lolita (sem demérito ao valor literário da obra de Vladimir Nabokov) e, no Brasil, em trabalhos denunciadores como o filme “Iracema, uma transa amazônica”. As praticamente infindas oportunidades de comunicação criadas pela web multiplicaram as chances de construção de redes criminosas para o aliciamento de menores.
É sobre essa realidade que temos de nos posicionar, respondendo de forma tão rápida e diversificada quanto mais rápidas e diversificadas forem as alternativas de capilarização das ações criminosas da pedofilia.
Que seja bem-vinda a CPI e que seu trabalho consiga contribuir efetivamente no combate a esse milenar crime.