ARTE: ARQUITETA CAROLINA LIMA

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segunda-feira, 12 de abril de 2010

ESCRITORES CONFIRMADOS NA 1ª FESTA LITERÁRIA DE MARECHAL DEODORO - 1 A 5 DE SETEMBRO


( Luiz Berto por ele mesmo em carta a seu sobrinho) . O menino Luiz Berto Filho, que já era Bertinho antes de nascer e que sonhava ser padre, só não entrou pro seminário porque sua avó, minha santa mãe Quiterinha, foi totalmente contra, embora seja até hoje uma católica extremada.
No dia 1º de julho de 1957, quando eu tinha 11 anos de idade, o Padre Hosana, pároco da cidade pernambucana de Quipapá, matou o bispo da diocese de Garanhuns, com 3 tiros de revólver 32 carga dupla. O bispo era Dom Francisco Expedito Lopes, o mesmo que havia me crismado algum tempo antes.
O crime abalou Pernambuco e o Brasil e teve repercussão mundial.
Pois bem.
Minha mãe disse que jamais permitiria que eu entrasse pro seminário porque eu era uma criança muito danada e que, caso viesse a ser padre, acabaria matando outro bispo no futuro.
Veja só como as mães sempre têm razão: ela estava certíssima, pois se eu tivesse sido padre já teria eliminado pelo menos uma meia dúzia de bispos católicos romanos, a começar pelo fela da puta do Dom Dedé, um pecador impenitente e impiedoso que comanda a diocese do Recife e que, felizmente, já pediu aposentadoria e vai esperar a morte agoniada em terras paraibanas.
Já os padres picaretas, os pedófilos, os aproveitadores da boa fé dos jovens e velhos, e os imitadores do astuto Padre Marcelo - bem como o rico e bem sucedido Padre Marcelo -, eu não mataria. Eu daria uma pisa bem dada em cada um, daquelas de deixar o sujeito com os quartos tronchos, e depois daria um banho de mel e botaria pra vaca lamber.
Eu perdi a vontade de ser padre quando entrei para o Curso Ginasial e comecei a estudar latim, francês e inglês. Meu desejo de ir pro seminário, no fundo, era aprender uma língua estrangeira, coisa que povoava meus sonhos de menino.
Quanto à perda da minha fé, este é um assunto sobre o qual eu não falo nem sob tortura, pois não tenho intenção de chocar ninguém e não sou militante de causa alguma, muito menos da causa do ateismo. E porque considero perda de tempo argumentar com quem tem fé. Fé não é pra ser discutida. É pra ter. Ou não ter.
Quem me criou e deu vida e não teve juízo bastante pra me dar a fé, vai ser cobrado por mim um dia na eternidade: “Pô, que sacanagem”. Isto se houvesse mesmo este encontro, coisa que está totalmente descartada na minha cabeça, no mais fundo do meu coração e no mais íntimo do meu juizo. De imaterial de Luiz Berto Filho restarão apenas as lembranças. As boas lembranças.
Já quanto à minha total indiferença relativamente à prática religiosa, sobre esta eu posso falar à vontade
Admiro a prática católica de toda a minha família, de meus irmãos, de minha mãe, de minhas tias e de vocês meus sobrinhos queridos. Admiro no sentido de que constato que existe uma sincera esperança de todos vocês na vida futura no paraíso.
De minha parte posso afirmar, com absoluta serenidade e com voz bem tranquila que, se eu fosse religioso, a última religião que eu abraçaria seria o catolicismo romano, cartorial, burocrático, de liturgia decorada, mercantilista, enganador, empulhador e, certamente, o ramo cristão mais longe e mais afastado de tudo que Cristo falou, pregou e ensinou. Uma religião que tornou Deus inútil e o substituiu por uma multidão de santos, cada um encarregado de um departamento, desde as dívidas dos fieis até a enfermidade dos seus corpos.
Não foi por acaso que criei a minha própria igreja e me auto-nomeei Papa…
Admiro vocês, meus 4 sobrinhos, viajando a cada dois anos para se encontrar com o Papa e acreditando piamente que ele chegou aonde está por inspiração do Espírito Santo e que ele é realmente infalível no exercício do seu pontificado. Acho isso maravilhoso.
Não fique inquieto pra me responder e argumentar sobre estas afirmação e tentar me provar o contrário, como nas longas mensagens que você escreve pra coluna do Veiga. Será inútil e perderá um tempo precioso, que você poderá aplicar melhor rezando pela minha conversão e pela minha salvação.


LUIZ BERTO É EXCELENTE ESCRITOR, SEU ROMANCE DA BESTA FUBANA, UMA PRECIOSIDADE DA LITERATURA NORDESTINA,, HISTÓRIAS PICARESCAS E DIVERTIDAS PROVINDAS DE UMA IMAGINAÇÃO FÉRTIL E BEM HUMORADA. HOJE SE DEDICA DIARIAMENTE AO JORNAL MAS BEM HUMORADO DA INTERNET, O JORNAL DA BESTA FUBANA, ACESSE: http://www.luizberto.com/

Finalmente, Luiz Berto Filho, nasceu em Palmares, região da Mata sul do Estado de Pernambuco, em 7 de agosto de 1946. Escritor, romancista, autor dos livros:

O Romance da Besta Fubana.
A prisão de São Benedito
O Romance da Besta Fubana
A Serenata
Nunca houve guerrilha em Palmares
Memorial do mundo novo

Luiz Berto participará da 1ª Festa Literária num mesa de debate sobgre " A Literatura, A Internet e o Blog" Temos certeza, será bastante divertido!


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