ARTE: ARQUITETA CAROLINA LIMA

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quarta-feira, 24 de março de 2010

SEBASTIÃO NERY

UM HOMEM DO PODER

"Em 1965, participei da vitoriosa campanha de Francisco Negrão de Lima ao governo do Rio. Além de me ligar a um brasileiro notável, exemplar, aprendi a conviver com pessoas de pensamento diferente do meu, a respeitar e fazer de muitos deles amigos para toda a vida, como Yara Vargas, Fabiano Vilanova, Carlos Chagas, Sérgio Guimarães, Hércules Correa".
"Negrão foi apoiado pelas forças janguistas e por toda a esquerda, mas era homem de centro, do PSD, que manteve as melhores relações com os presidentes militares Castelo Branco, Costa e Silva e Médici, ao longo de seu mandato. Com grandes ganhos para o Rio de Janeiro. Ele e Lacerda, seu adversário, foram os dois melhores gestores do Estado da Guanabara".
BRIZOLA
"Curioso é que a carta de apoio de Leonel Brizola a Negrão foi a ele levada por mim, numa noite, na semana da disputada eleição. É que eu era muito amigo, numa relação de intenso carinho, da doce Nelma Correa Quadros, que veio a ser a famosa "Nelminha do Pasquim", que tinha uma amizade especial, digamos, com o caudilho".
"Ela foi a portadora e eu fui ao velho Galeão buscá-la de sua viagem a Montevideu. De lá, fomos direto à casa de Negrão. Ele abriu, leu e nos disse:
- "Pelo horário, não vamos telefonar para ninguém e seremos os únicos a dormir sabendo que a vitória agora está garantida. Boa noite, obrigado".
ARISTOTELES
Essa surpreendente, autentica e primorosa historia é contada por um homem do poder, pelo poder, para o poder, o jornalista Aristoteles Drummond, que lançou quinta feira um livro imperdivel - "Um Conservador Integral" (Editora Armazem de Ideias, Belo Horizonte), que poderia chamar-se "Um Conservador e Conversador Integral - 1964,Antes, Durante e Depois".
A bela noite, com inexaurivel fila de amigos e fãs, que esperamos horas por um autografo nas centenas de exemplares, foi em local muito apropriado : o belo, bem cuidado, secular, outrora ameaçador e agora inofensivo Forte de Copacabana, cercado de aposentados canhões e do mar azul do Rio.
Brizola, perseguido, cassado e caçado, exilado, apenas um ano depois do golpe militar decidiu a eleição no Rio, derrotando o guru, mentor e autor intelectual do golpe, Carlos Lacerda, e seu candidato Flexa Ribeiro.

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